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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

PORQUE AS ABELHAS SUMINDO ?

As abelhas estão desaparecendo da Terra
Ter, 16 de Outubro de 2012 02:21


As abelhas estão sumindo, e sua extinção é real.  O fenômeno é global. Nos últimos anos houve um declínio acentuado e preocupante das populações de abelhas no planeta – algumas espécies já estão extintas e outras chegam a apenas 4% da população original. O desaparecimento começou na Europa, mas hoje afeta profundamente a segunda potencia da apicultura depois da China, os Estados Unidos, que já perderam entre 50% e 90% das abelhas de um total de 2,4 milhões de colônias comerciais, cada uma com cerca de 30 mil abelhas, ou seja, 25% do que existia em 1980.
O desaparecimento das abelhas também foi constatado na Alemanha, Suíça, Espanha, Portugal, Itália e Grécia. Na região da Áttica, Grécia, no ano passado morreram 6.000 colônias por neonicotinóides, com os quais foram pulverizados tamareiras em floração, para combater o Rynchophorus ferrugineus. Manfred Hederer, presidente da Associação Alemã de Apicultores, relatou uma queda de 25% nas populações de abelhas pelo país.
O desaparecimento das abelhas está intrigando cientistas do mundo todo, e a “Desordem do Colapso das Colônias”, faz parte do programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Até agora, ninguém conseguiu explicar por que os insetos têm perdido a orientação e deixando de voltar para suas colmeias.
Cientistas vêm lutando para encontrar as respostas. Estudos apontam que as causas podem estar num conjunto de fatores como a radiação de telefones celulares e linhas de transmissão de alta-voltagem, aquecimento global, o uso de transgênicos e modificações genéticas, monoculturas, vírus, fungos e pesticidas.
De acordo com o jornal inglês The Independent, a radiação dos celulares poderia estar interferindo no sistema de navegação das abelhas, e desorientadas, não conseguiriam mais voltar para suas colmeias. Além disso, citou pesquisas alemãs que apontaram mudanças de comportamento das abelhas nas proximidades de linhas de transmissão de alta tensão.
Como o sistema de orientação das abelhas funciona por meio dos olhos, elas dependem da luz solar para encontrar o caminho de volta para as colmeias, assim, o aumento na incidência de raios ultravioletas poderia ser uma das causas da desorientação.
O uso de transgênicos e modificações genéticas como uma das causas. Há uma intensa utilização das variedades transgênicas do tipo Bt (gene resistente a insetos que contém partes do DNA da bactéria Bacillus thuringiensis), colocando-o no segundo lugar dos transgênicos mais cultivados do mundo, perdendo somente para a soja. Vários países já proibiram o uso do transgênico Bt.  O Peru proibiu a variedade da batata transgênica Bt, em razão do país ser o centro de origem e biodiversidade desta cultura. O México vetou totalmente o plantio e consumo do milho Bt pelas mesmas razões. O governo grego tomou a mesma decisão, estendendo a proibição a 20 variedades do milho Bt, alegando risco de ameaça à espécie humana, à vida silvestre e à indústria de criação de abelhas, pois as abelhas coletam o pólen da flor masculina do milho, o pendão. O Brasil, por sua vez, vem aprovando sistematicamente a liberação dos transgênicos Bt.
Culturas de vegetais geneticamente modificados (GM, em inglês) contem um poderoso micróbio que é ingerido pelas abelhas, podendo agravar a saúde dessas polinizadoras.
Cada vez mais as abelhas apresentam deficiências nutricionais devido à falta de uma dieta diversificada causada pelas dezenas de milhões de hectares de monocultura, notável também na qualidade do mel produzido.
Diana Cox-Foster, especialista em abelhas da Pennsylvania State University dirige suas pesquisas nas hipóteses mais prováveis: vírus, fungo e pesticidas.
De acordo com a revista científica americana Science, o desaparecimento das abelhas pode estar relacionado com o vírus IAPV (sigla em inglês) de origem israelense, que causa uma paralisia profunda nas polinizadoras.
Pesquisas realizadas na Universidade de Columbia mostraram que o mesmo fungo que aparece nos humanos portadores de HIV-positivo ou câncer, foi encontrado em abelhas que tiveram o sistema imunológico afetado.
Atualmente comprova-se que os agrotóxicos mais contribuem para a dizimação dos polinizadores do que proteger as plantações das pragas. Um estudo independente produziu evidências fortes apontando os agrotóxicos neonicotinóides como um dos grandes responsáveis pela extinção das abelhas. A França, Itália, Eslovênia, e até a Alemanha, sede do maior produtor do agrotóxico, baniram alguns destes produtos que matam abelhas.
Num último esforço para salvar seu habitat, algumas abelhas selam as células da colmeia que contêm quantidades excessivas de pesticidas, mesmo assim, essas colônias acabam morrendo.
A solução não será fácil. Um documento vazado mostra que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA já sabia sobre os perigos do agrotóxico, mas os ignorou. O documento diz que o agrotóxico é “altamente tóxico” e representa um “grande risco para os insetos não-alvo (abelhas)”.
Temos de fazer ouvir as nossas vozes para combater a influência das multinacionais fabricantes de agrotóxicos químicos sobre governantes e cientistas, tanto nos EUA quanto na UE, onde eles financiam pesquisas e participam de conselhos de políticas agrícolas. Os reais protagonistas dessa causa – apicultores e agricultores – querem que estes agrotóxicos letais sejam proibidos ou pelo menos que os laboratórios apresentem evidências sólidas comprovando que eles são totalmente seguros.
Quando a vida de abelhas operárias de uma colônia é afetada, há muitas abelhas mortas dentro  e/ou em torno da colmeia. Na questão atual, simplesmente elas estão desaparecendo. Ainda não foi encontrada uma causa específica sobre a real causa do problema. Alguns cientistas, por outro lado, minimizam o problema. O professor emérito de entomologia da Oregon State University, Michael Burgett, diz que as grandes baixas em abelhas poderiam simplesmente ser um reflexo de picos populacionais, como houve no final dos anos 70 num fenômeno similar a este.
Mas não se trata de uma simples repetição. A novidade é que, desta vez, o problema está aparecendo ao mesmo tempo em várias regiões do planeta, inclusive no Brasil.
O colapso de reação em cadeia pode facilmente levar ao fim da Era dos Mamíferos, semelhante ao final da era dos dinossauros há 65 milhões de anos atrás.
Esse artigo se refere às abelhas do gênero Apis mellifera (abelhas do Reino, abelhas europeias, abelhas africanas, abelhas africanizadas, nomes que dá a esse gênero de abelhas no Brasil).
Colaboração: Nikolaos A. Mitsiotis- apicultor e pesquisador -  nikeeper@terra.com.br
(BOX)
BRASIL
As primeiras notícias sobre o fenômeno do desaparecimento das abelhas foram recebidas como uma espécie de enredo de um novo filme de ficção científica. Mas o problema tornou-se muito real. Nos Estados Unidos recebeu o nome de Colony Collapse Disorder (Desordem e Colapso da Colônia). Agora, o problema também está no Brasil, particularmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, onde os apicultores registraram perdas de 25% na produção de mel.
Matéria publicada no jornal Diário Catarinense, de Florianópolis, afirma que o desaparecimento das abelhas já é motivo de grande preocupação entre apicultores dos dois Estados. E o desaparecimento vem acompanhado de outro problema: as abelhas que permanecem nas colmeias estão morrendo infectadas por diversas doenças. Em depoimento ao jornal, o apicultor e pesquisador Leandro Simões, de Campo Alegre, diz que nunca viu algo parecido em 35 anos de profissão.
Mas essas informações se referem às colônias de abelhas africanizadas que vivem em colmeias nos apiários, porém não sabemos se foi constatado nas colônias que vivem fora do controle do homem, em refúgios naturais, e são em número dezenas de vezes superior ao das que vivem em apiários.